domingo, 21 de novembro de 2010

DITUIF DOENÇA IDIOPÁTICA DO TRATO URINÁRIO INFERIOR FELINO

A denominação doença idiopática do trato urinário inferior (DITUIF) é utilizada para descrever um distúrbio da eliminação de urina acompanhado de irritação e caracterizado por hematúria, polaciúria, disúria e periúria (micção fora da caixa de dejetos do gato). Sua causa é desconhecida. Embora existam diversas doenças do trato urinário inferior, aproximadamente 50 a 60% dos gatos com esses sintomas clínicos sofrem de DITUIF. Esta síndrome acomete machos e fêmeas porém na prática se observa uma maior incidência nos gatos machos, jovens e castrados. Esta enfermidade tem sido comparada á cistite intersticial da mulher por causa dos sinais clínicos, e também pelos aspéctos macroscópico e histológico da bexiga, que são bastante parecidos. Um subgrupo de felinos machos pode vir a sofrer de obstrução do fluxo de saída secundária ao acúmulo de tecido esfacelado e de células no interior do lúmen uretral, ou por um tampão de matriz cristalina alojado na uretra distal. A cristalúria é achado variável em casos de DITUIF, não sendo necessária para que ocorra obstrução; alguns tampões uretrais são compostos principalmente por substâncias reagentes inflamatórias. Gatos com obstrução morrerão se o fluxo urinário não for restabelecido dentro de 1 a 2 dias. A forma não obstrutiva de DITUIF pode preceder a forma obstrutiva. Estes gatos em geral apresentam sinais progressivos como dor, dificuldade para urinar, presença de sangue na urina,  bexiga grande e destendida, desidratação, intoxicação. Estes gatos tendem a evoluir para uremia. Nos casos de doença não obstrutiva, o tratamento é baseado em antispasmódicos, antinflamatórios e analgésicos. Nos casos obstrutivos deve-se proceder a cateterização o mais breve possível, com posterior irrigação da bexiga e fluidoterapia, com avaliação da função renal. Em casos onde não é possível passar a sonda, efetua-se a cistocentese e em casos recorrentes, a uretrostomia perineal. A alimentação terapêutica deve ser instituída após a solução clínica do problema. O prognóstico para gatos sem obstrução é bom, porém ocorrem recidivas. Nos casos de obstrução o prognóstico é reservado para bom.