segunda-feira, 13 de setembro de 2010

PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF)



 

A peritonite infecciosa felina (PIF) é uma doença viral progressiva, imunomediada e com poucas exceções, fatal dentro de poucas semanas que acomete os felinos domésticos assim como selvagens. È causada por um coronavírus felino (CoVF) após sofrer uma mutação do coronavírus entérico o qual encontra-se disseminado e praticamente não é patogêncio. De forma geral, o coronvírus felino causa um distúrbio gastrointestinal mais localizado, que resulta em diarréia (coronavírus entérico felino). Para que a PIF propriamente dita ocorra o vírus deve sofrer uma mutação espontânea no hospedeiro de forma a tornar-se uma cepa indutora de PIF. Portanto é importante salientar-se que um animal pode apresentar sorologia positiva para coronavírus e nunca desenvolver PIF. A infecção por coronavírus em geral ocorre por meio da ingestão do vírus, mas a inalação também pode permitir o acesso viral. Pelo fato dos gatos eliminarem partículas virais nas fezes, a exposição á bandeja sanitária e artefatos de banho e tosa são provavelmente as fontes mais importantes de infecção. Os gatos que vivem em casas com alta população de felinos ou aqueles que sofrem exposição a outros gatos apresentam um alto risco de contraírem CoVF e, em consequência, PIF, em parte por causa dos níveis mais elevados de exposição viral e, provavelmente por um nível mais alto de estresse. Clinicamente os gatos são apresentados com sintomas variados envolvendo vários sistemas. Em muitos casos abserva-se anorexia, mas também podem ter apetite normal. Em geral os animais apresentados são jovens e em alguns casos apresentam ascite, e o histórico inclui estresse recente devido á novo ambiente, cirurgia ou doença, e observa-se diarréia, letargia, perda de peso ou inapetência. Muitos gatos apresentam febre de baixa intensidade não responsiva á antibióticos. A PIF apresenta-se de duas formas clínicas principais, forma efusiva (úmida) caracterizada pela presença de líquido nas cavidades e não efusiva (seca). O aparecimento de uma forma ou outra está relacionado com o tipo de resposta imune que o animal desenvolve após uma prima infecção por VPIF. è importante frisar que pode ser difícil de atingir um diagnóstico antemortem de PIF não exudativa. Ela deve fazer parte da lista de diagnósticos diferenciais para qualquer gato com perda de peso crônica , inapetência e febre. A biópsia tecidual deve ser feita quando possível, assim como testes para FIV e FELV pois muitos gatos com PIF são positivos para FELV. O teste de gatos sadios expostos ao VPIF por meio de título de CoVFE não é interessante, uma vez que um título positivo não possui valor preditivo para a doença.
A terapêutica primária é a eutanásia visto que não existe tratamento comprovadamente bem sucedido para a PIF. Quando a PIF é confirmada ou quando as evidências são convincentes, a eutanásia é a opção mais lógica. A terapêutica secundária é baseada em quimioterapia (predinisolona, ciclofosfamida e outros imunossupressores tem fornecido resposta temporária quando combinados com os cuidados de suporte. Estes agentes não são curativos, eles podem retardar a progressão da doença. O suporte nutricional, fluidoterapia e a remoção dos derrames devem fazer parte de qualquer esforço terapêutico. O prognóstico para os gatos com PIF é grave. Contudo, os gatos sadios e soropositivos para coronavírus não devem sofrer eutanásia, uma vez que poucos deles irão desenvolver a doença.